Rochas magmáticas

As rochas magmáticas têm origem no magma. Dependendo do local onde o magma consolida, podemos dividir as rochas em dois tipos: rochas magmáticas intrusivas ou plutónicas e rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas.

  • Rochas magmáticas intrusivas - consolidam no interior da Terra;
  • Rochas magmáticas extrusivas - solidificam à superfície.

De acordo com a quantidade de sílica presente no magma, podemos considerar 3 tipos:

  • Riolítico - contém cerca de 70% de sílica. Deste podem surgir granitos;
  • Andesítico - contém cerca de 60% de sílica. Da sua consolidação surgem rochas como o andesito e o diorito;
  • Basáltico - contém cerca de 50% de sílica. Ao consolidar, o magma pode formar basaltos e/ou gabros.

Cristalização e diferenciação dos magmas

Durante o processo de arrefecimento de um magma, em consequência da diminuição da temperatura, tem início um processo de cristalização, mas os minerais não cristalizam todos ao mesmo tempo.

Primeiro, cristalizam os minerais de mais alto ponto de fusão, seguindo-se dos restantes, por ordem decrescente dos respetivos pontos de fusão.

Neste caso, pode-se afirmar que existe uma diferenciação magmática por cristalização fraccionada, isto é, realizada em tempos diferentes.

Segundo Bowen existem duas séries minerais:

  • Série descontínua - corresponde a minerais ferromagnesianos, cuja estrutura cristalina difere ao longo da sequência de cristalização;
  • Série contínua - corresponde a minerais do grupo das plagioclases que mantêm a mesma estrutura cristalina ao longo da sequência de cristalização.

​Os minerais e a matéria cristalina

Nas rochas magmáticas a formação dos minerais resulta do arrefecimento e da solidificação do magma. Se o arrefecimento for lento, formam-se cristais observáveis a olho nu. Se o arrefecimento for rápido não existem condições para se formarem cristais bem desenvolvidos.

Desta forma, definem-se três tipos de cristais:

  • cristal euédrico: se o mineral é totalmente limitado por faces bem desenvolvidas;
  • cristal subédrico: se o mineral apresenta faces parcialmente bem desenvolvidas;
  • cristal anédrico: se o mineral não apresenta qualquer tipo de faces.

As propriedades físicas dos minerais estão relacionadas com a composição química, natureza dos átomos e dos iões que os constituem.

  • Isomorfismo: Não ocorrem transformações ao nível interno.
  • Polimorfismo: Os minerais apresentam a mesma composição química mas têm uma estrutura interna diferente .

Características das rochas magmáticas

Cor:

A cor das rochas está relacionada com a presença de certos minerais.
As rochas podem ser classificadas quanto à sua cor:

  • Rochas leucocratas: rochas claras, ricas em minerais félsicos e pobres em minerais máficos;
  • Rochas mesocratas: rochas de cor intermédia, nas quais os minerais félsicos e máficos ocorrem em proporções idênticas;
  • Rochas melanocratas: rochas escuras, ricas em minerais ferromagnesianos;
  • Rochas hololeucocratas - constituídas apenas por minerais félsicos;
  • Rochas holomelanocratas - constituídas apenas por minerais máficos.

Textura:

A textura das rochas magmáticas depende da velocidade de arrefecimento.
Se o arrefecimento for lento, formam-se cristais observáveis á “vista desarmada”. Se o arrefecimento for rápido não existem condições para se formarem cristais bem desenvolvidos. Assim podemos identificar dois tipos de texturas:

  • Textura afanítica ou agranular: quando os cristais não se vêm "a olho nu";
  • Textura faneritíca ou granular: quando os cristais se vêm "a olho nu".

Composição química e mineralógica:

É com base na percentagem de sílica que se classificam as rochas magmática em:

  • ácidas: a percentagem de sílica é superior a 65%;
  • intermédias: o teor em sílica situa-se entre 52% e 65%;
  • básicas: possuem uma percentagem de sílica entre 43% e 52%;
  • ultrabásicas: o teor em sílica está abaixo dos 43%.

Os minerais que constituem as rochas estão divididos em dois grupos:

Minerais essenciais - estes minerais permitem caracterizar a rocha e determina a sua designação;
Minerais acessórios - estes minerais não são importantes para a caracterização da rocha e ocorrem em pequenas quantidades, só visíveis, por vezes, ao microscópio.

Exemplos de rochas magmáticas

Riólito e granito

Quando ocorre o choque entre duas placas continentais com consequente formação de cadeias montanhosas, o forte atrito que se verifica nas zonas profundas da região vai produzir um aumento de pressão e de temperatura que irá provocar a fusão das rochas constituintes da crosta. Desta forma, o magma resultante será muito rico em sílica.

Neste ambiente geodinâmico formam-se dois tipos mais comuns de rochas magmáticas ácidas, o granito e o riolito.

Granito

Textura fanerítica ou granular.

Consolidação em profundidade (rocha magmática intrusiva).

Rocha leucocrata.

 

Riolito

Textura afanítica ou granular.

Consolidação à superfície (rocha magmática extrusiva).

Rocha leucocrata.

 

Basalto e gabro

Uma grande parte do manto superior é constituída, essencialmente, por peridotito, uma rocha holomelanocrata. Quando uma pporção de peridotito se desloca na astenosfera, com um sentido ascendente, a diminuição de pressão provoca a fusão de minerais ferromagnesianos, possibilitando a formação de um magma de composição basáltica.

As duas principais rochas geradas a partir deste magma são os basaltos e os gabros.

Basalto

Textura afanítica ou agranular.

Consolidação à superfície (rocha magmática extrusiva).

Rocha melanocrata.

 

Gabro

Textura fanerítica ou granular.

Consolidação em profundidade (rocha magmática intrusiva).

Rocha melanocrata.

 

Andesito e diorito

Em locais de colisão entre uma placa continental e uma placa oceânica, com subducção desta última, o magma resultante provem da fusão parcial de partes do manto e da crusta sob condições especiais de temperatura. Estas fricções são o resultado da forte fricção que ocorre durante o movimento mergulhante da placa oceânica sob a placa continental. A acrescentar a este mecanismo, a água contida nos sedimentos que fazem parte da placa oceânica contribui para a formação de umja região aquosa. Deste modo, o magma tem tendência para adquirir composição química intermédia, designando-se por magma andesítico.

As rochas que, geralmente, se formam a partir deste magma são o andesito e o diorito.

Andesito

Textura afanítica ou granular.

Consolidação à superfície (rocha magmática extrusiva).

Rocha mesocrata.

 

Diorito

Textura fanerítica ou granular.

Consolidação em profundidade (rocha magmática intrusiva).

Rocha mesocrata.